Beijo de Frade (Mirabilis jalapa L.)

Beijo de Frade
Nome Científico: Mirabilis jalapa L.
Nomes Populares: Maravilha, Batata-de-purga, Beijos-de-frade, Bela-noite, Belas-noites, Boa-noite, Bonina, Jalapa, Jalapa-do-mato, Jalapa-falsa, Maravilha-de-forquilha
Família: Nyctaginaceae
Categoria: Arbustos, Arbustos Tropicais, Bulbosas, Flores Perenes
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: América Central, América do Norte, América do Sul
Altura: 0.4 a 0.6 metros, 0.6 a 0.9 metros
Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene
A maravilha é um belo arbusto perene, muito florífero e de raízes tuberosas. Apresenta caule ramificado, ereto e de textura herbácea, com cerca de 70 cm de altura. Suas folhas são lanceoladas, opostas, verdes e com nervuras mais claras. As flores são em forma de trombeta, hermafroditas, solitárias ou em pequenos grupos e apresentam as mais variadas cores, como o amarelo, o rosa e o vermelho, inclusive manchadas e listradas. Elas desabrocham em dias nublados ou à noite e permanecem abertas pela manhã, atraindo insetos, seus polinizadores. A floração ocorre na primavera e verão. A maravilha é uma planta muito rústica e fácil de cultivar. Presta-se para a formação de maciços, bordaduras e conjuntos, assim como pode ser plantada em vasos, jardineiras e cestas. Apresenta folhagem de aspecto denso e bonito, mesmo que esteja sem flores. As flores acrescentam um colorido vibrante ao jardim e exalam um perfume suave. É habitual plantá-la próximo às portas e janelas. Como é resistente à salinidade, também podemos aproveitar esta florífera em jardins litorâneos.
Descrição
Planta herbácea, polianual, ereta, bastante enfolhada, de 0,60 a 1,10m de altura. O caule é ramificado, cilíndrico, liso, glabro, herbáceo, verde, pigmentado de vermelho-violáceo nas áreas expostas ao sol, suculento e com os nós entumescidos. As folhas são simples, lanceoladas, ovais, moles, lisas, inteiras, glabras, dentadas e opostas, medindo 10 a 12cm de comprimento por 5 a 8cm de largura. Flores hipocrateriformes de invólucro parecendo cálice, agrupadas em cimos terminais. As sépalas são vermelhas, róseas, amarelas, brancas ou mescladas. As flores abrem-se ao entardecer, permanecendo abertas e perfumosas durante toda a noite, ou quando o dia estiver nublado. Fruto cariopse, ovóide, preto, de pericarpo rugoso, semelhante ao fruto da pimenta-do-reino, contendo um aquênio ou antocarpo. A raiz tuberosa é espessa, suculenta, escura externamente e branca internamente (PALANTAS MEDICINAIS, 2001).
Característica
Floração / frutificação
Habitat
Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual.
Distribuição geográfica
Norte (Amazonas, Acre), Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (SÁ, 2010).
Propriedades Fitoquímica
A raiz contém um produto resinóide de fécula e muita potassa. A raiz tuberosa produz um líquido amarelo rico em bradicinina.
Fitoterapia
As raízes tem aplicações na medicina popular como purgativa, drástica, emeto-catártica, antidiarréica, antidisentérica, antisifilítica, anti-hidrópica, antileucorréica e anti-herpética. As flores quentes e untadas com óleo são maturativas. As flores e raízes são também diuréticas. É provável que a planta seja antiofídica, pois o lagarto Teiú cava o solo para comer a raiz sempre que é picado de cobra. O amido, que é abundante, e o sumo das folhas, servem para eliminar sardas e panos do rosto, quando macerado com limão até formar uma pasta mole. Flores e raízes também são indicadas para lenir dores de ouvido.
Fitoeconomia
As folhas novas, quando cozidas, são comestíveis. O caule e a raiz são uma das maiores fontes de potassa vegetal.
Injúria
A raiz é tóxica e as sementes são extremamente venenosas. Planta ornamental que pode tornar-se daninha, infestando terrenos baldios, jardins e pomares.
Comentários
Planta foi utilizada por Gregor Mendel para a descoberta das leis da genética.
Bibliografia
Côrtes, Janner Rangel, Ayurveda: a ciência da longa vida São Paulo: Madras, 2008.
Williamson, Elisaberth. Interações medicamentosas de Stockley: plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos; Porto alegre: Artmed, 2012. 440p; 25cm.
Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: >.
FONSECA, E. T. Indicador de Madeiras e Plantas Úteis do Brasil. Officinas Graphicas VILLAS-BOAS e C. Rio de Janeiro, 1922. 368 p. Disponível em: <>.
LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.
PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <>.
PLANTAS MEDICINAIS. CD-ROM, versão 1.0. PROMED – Projeto de Plantas Medicinais. EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. Coordenação: Antônio Amaury Silva Junior. Itajaí, Santa Catarina. 2001.
SÁ, C.F.C. 2010. Nyctaginaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB010920).